Disgrafia é um transtorno da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motores, que afeta a capacidade de escrever ou copiar letras, palavras e números. A execução motora da escrita exige maturação de Sistema Central e Periférico e, certo grau de desenvolvimento psicomotor. As causas podem ser neurológica, psicológica, oftalmológica ou audiológica, não estando associada a nenhum tipo de comprometimento intelectual.
O problema acarretado por estas causas é sempre a dificuldade de coordenar a letra para a Escrita-Disgrafia e por estes fatores, é também chamada letra feia. Isso acontece devido uma incapacidade de recordar a grafia da letra. Ao tentar recordar este grafismo escreve muito lentamente o que acaba unindo inadequadamente as letras, tornando-a ilegível.
Podemos encontrar dois tipos de Disgrafia, a Disgrafia Motora (Discaligrafia) onde a criança consegue falar e ler, mas encontra dificuldade na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, ou seja, vê a figura gráfica, mas não consegue fazer movimentos para escrever e a Disgrafia Perceptiva onde a criança não consegue fazer relação entre o sistema simbólico e as grafias que representam os sons, as palavras e frases. Possui características da Dislexia sendo que está associada à leitura e a Disgrafia está associada à escrita.
Além da dificuldade crônica e persistente na habilidade motora e espacial da escrita, levando uma expressão gráfica inadequada e deficitária, outro fator é a dor ou incômodo frequente para escrever, pressão excessiva no lápis e no papel, troca constante de letra ora cursiva, ora bastão.
O diagnóstico e tratamento devem ser multidisciplinares e acompanhados por especialistas, como médico neuropediatra, psiquiatra infantil, psicomotricista, terapeuta ocupacional, psicopedagogos, fonoaudiólogos e psicólogos.
Algumas características da Disgrafia:
Lentidão na escrita/ letra ilegível;
Escrita desorganizada;
Traços irregulares: ou muito fortes que chegam a marcar o papel ou muito leves;
Desorganização geral na folha por não possuir orientação espacial;
O espaço que dá entre as linhas, palavras e letras é irregular;
Mix de traços diferentes, letras minúsculas, formas irregulares ou tamanhos e / ou inclinação das letras;
Palavras ou letras inconclusivas ou omitidas;
Dificuldade em copiar letras, pré-visualização;
Má distribuição de espaço no papel;
Posição anormal do pulso, corpo ou papel;
Aperto de lápis incomum.
O Disgráfico não apresenta características isoladas, mas um conjunto de algumas destas citadas acima. Outra dica fundamental é nunca comparar o aluno com ninguém. Compare apenas com ele mesmo, como quando não conseguia e agora conseguiu algo.
DICAS E ORIENTAÇÕES PARA PAIS E PROFESSORES
Para ajudar a desenvolver a habilidade do aluno e melhorar o desenvolvimento escolar é importante um bom trabalho de esquema corporal, onde se percebem as partes do corpo, braços para chegar até as mãos. Outra dica importante são atividades ligadas a atividades de fortalecimento das mãos e dos dedos. Podemos fazer isso utilizando massinha, por poder trabalhar com a mão inteira, sendo possível amassar o material com alguns dedos, fazer objetos e formas desenvolvendo habilidades do aluno. Pintura com tintas e outras atividades com giz de cera, pintura com guache utilizando os dedos, pincel e esponja também é interessante. Também se pode utilizar brinquedos de montar, como lego, quebra cabeças, encaixes, jogo dos sete erros, ligue os pontos, brincadeiras com bolhas de sabão, bolas onde a criança tem que acompanhar o movimento das coisas e pegar com a mão, pois atividades de percepção visual também devem ser feitas.
Outras dicas:
Brincar com argila para fortalecer os músculos dos dedos;
Manter linhas dentro de labirintos para desenvolver o controle motor;
Ligar pontos ou traços para criar a forma das letras completas;
Se necessário encurte as tarefas escritas;
Ofereça prazo extra para atividades de escrita;
Permita que o aluno grave lições importantes e/ ou faça exames orais;
Reforce os aspectos positivos e os esforços do aluno.
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