quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Momento Literário 3º Ano ''A e B"

Após a execução do Hino Nacional os  alunos dos 3º Anos ''A e B" recitaram os poemas de Vinicius de Moraes  "A arca de Noé" e ''As Borboletas''.

Professora Daniela 


    A ARCA DE NOÉ

    Sete em cores, de repente
    O arco-íris se desata
    Na água límpida e contente
    Do ribeirinho da mata.

    O sol, ao véu transparente
    Da chuva de ouro e de prata
    Resplandece resplendente
    No céu, no chão, na cascata.

    E abre-se a porta da Arca
    De par em par: surgem francas
    A alegria e as barbas brancas
    Do prudente patriarca

    Noé, o inventor da uva
    E que, por justo e temente
    Jeová, clementemente
    Salvou da praga da chuva.

    Tão verde se alteia a serra
    Pelas planuras vizinhas
    Que diz Noé: "Boa terra
    Para plantar minhas vinhas!"

    E sai levando a família
    A ver; enquanto, em bonança
    Colorida maravilha
    Brilha o arco da aliança.

    Ora vai, na porta aberta
    De repente, vacilante
    Surge lenta, longa e incerta
    Uma tromba de elefante.

    E logo após, no buraco
    De uma janela, aparece
    Uma cara de macaco
    Que espia e desaparece.

    Enquanto, entre as altas vigas
    Das janelinhas do sótão
    Duas girafas amigas
    De fora as cabeças botam.

    Grita uma arara, e se escuta
    De dentro um miado e um zurro
    Late um cachorro em disputa
    Com um gato, escouceia um burro.

    A Arca desconjuntada
    Parece que vai ruir
    Aos pulos da bicharada
    Toda querendo sair.

    Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
    As aves, por mais espertas
    Saem voando ligeiro
    Pelas janelas abertas.

    Enquanto, em grande atropelo
    Junto à porta de saída
    Lutam os bichos de pêlo
    Pela terra prometida.

    "Os bosques são todos meus!"
    Ruge soberbo o leão
    "Também sou filho de Deus!"
    Um protesta; e o tigre - "Não!"

    Afinal, e não sem custo
    Em longa fila, aos casais
    Uns com raiva, outros com susto
    Vão saindo os animais.

    Os maiores vêm à frente
    Trazendo a cabeça erguida
    E os fracos, humildemente
    Vêm atrás, como na vida.

    Conduzidos por Noé
    Ei-los em terra benquista
    Que passam, passam até
    Onde a vista não avista.

    Na serra o arco-íris se esvai...
    E... desde que houve essa história
    Quando o véu da noite cai
    Na terra, e os astros em glória

    Enchem o céu de seus caprichos
    É doce ouvir na calada
    A fala mansa dos bichos
    Na terra repovoada.
Professora Elaine


AS BORBOLETAS

Rio de Janeiro , 1970

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!


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